O que falar sobre esse tema tão polêmico? Se por um lado tem tanta violência. Causada principalmente pelo consumo de drogas, lícitas e ilícitas. Por outro tem a vibração empolgante e tão necessária no futebol.
Como todos sabem, sou torcedor do glorioso VILA NOVA FUTEBOL CLUBE, de Goiânia-Goiás. Como tal, vou a vários jogos do meu time. Sempre tive e ainda tenho certo temor das torcidas organizadas e quando ia aos jogos, ficava no lado oposto aos que elas estavam.
Um dia, incentivado pela minha filha, resolvi assistir ao jogo “Vila Nova X Ponte Preta-Sp” ao lado da “temida” esquadrão vilanovense. Confesso que fiquei arrepiado, a energia daquele pessoal é contagiante e quando percebi lá estava eu também pulando feito um adolescente. O que me rendeu algumas dores depois, coisas da idade.
O fato é que minha visão mudou a partir dai, consegui perceber que a energia deles proporciona um clima especial ao estádio. São eles que incentivam os outros torcedores a vibrar, empurrar o time, cobrar quando for preciso. Até então eu só conhecia o lado negativo desse pessoal, em questões sérias como o consumo de drogas, a violência, o ódio alimentado pelo semelhante, simplesmente pelo fato de torcer por outro time. Fato esse que deve ser explicado pela antropologia e que não me cabe aqui aprofundar, pois não sou especialista no tema.
Infelizmente, nos últimos dias a violência entre as torcidas organizadas tem tomado proporções assustadoras. Vários jovens perdendo a vida por algo que deveria ser um entretenimento. Algo precisa ser feito, pessoas estão morrendo, famílias estão sofrendo.
Esse debate precisa ser ampliado, não podemos resumir esse tema somente ao âmbito esportivo ou policial. É uma questão social mesmo. Por que tanta violência? Por que tanto ódio? Não seria isso uma válvula de escape?
A desigualdade social que ainda existe no Brasil, os novos valores que estão sendo empurrados “goela” abaixo na sociedade, principalmente na juventude, a desagregação das famílias, o tráfico de drogas. Todos são fatos que devem ser refletidos sem extremismos. Deve acontecer um debate civilizado e a partir disso buscar soluções a médio e longo prazo.
A questão não é simplesmente extinguir as torcidas organizadas, seria uma solução imediatista e injusta. Os criminosos que lá estão infiltrados devem ser presos e punidos no rigor da lei. A partir disso, o cadastramento e acompanhamento contínuo.
Só assim ninguém perderá. Times, torcedores, o espetáculo em si. E seguiremos fazendo parte dessa mágica que se chama futebol.